Papangu: Lampião Rei (2024/2025)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Só do fato desse álbum ter sido lançado na data que completei mais uma primavera é motivo que ele no mínimo é especial, o que acaba se confirmando durante a audição.

Para quem não conhece o Papangu, são uma banda formada no ano de 2012, em João Pessoa (Paraíba) e prática uma mistura curiosa e exótica, como devem ter sacado o nome do grupo. O balaio musical do sexteto agrega elementos regionais, MPB, rock progressivo, doom, stoner, sludge, com uma sonoridade "torta", porém agradável aos ouvidos, onde Chico Science & Nação Zumbi, Alceu Valença, Raimundos, Crowbar e Tool são algumas referências.

Acende a Luz (Pt1) inicia o álbum, num interlúdio que coloca o ouvinte no clima. A segunda parte começa com Encandeio, acústica e aparentemente inofensiva, se transforma em algo pesado e sombrio. Saguatimbo mostra como os caras mesclam de forma homogênea rock e regionalismo, sem soar forçado.

Boitatá tem baixo marcante e um ritmo envolvente, com vozes guturais e berradas, Oferenda do Aguilar começa e minimalista e no decorrer ganha muitas camadas instrumentais, abrindo espaço para Mulher Rendeira, sim, aquele clássico do xaxado brasileiro que aqui ficou a cara da banda.

Sol Raiar (Caminhando na Manhã Bonita) mescla regionalismo e progressivo com perfeição. Ruínas é pura viagem e Rito de Coração é a saideira do disco recheada de sensibilidade e emoção, com momentos magicos e solos de guitarra e teclado emocionantes.

Vale dizer que no mês de agosto a banda estará na Europa mostrando seu som e pelo que apresentaram aqui em "Lampiao Rei", serão mais um nome brasileiro que será reverenciado pelos gringos.

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