Postagens

André Prando: Iririú (2024/2025)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Iririu é o mais recente trabalho do músico capixaba André Franco, que saiu originalmente em 2024 e recentemente recebeu uma versão caprichadissima via "Amigos do Vinil". Muito bem produzido e executado, o álbum apresenta um amálgama de referências musicais que tentarei descrever nas próximas linhas. O lado A tem início com a faixa título, que mescla reggae e pop, onde os destaques são as linhas de voz do cantor, que apresentam variedade. Zum Zum Zum mescla o forró com a MPB, enquanto Kaluanã o Grande Guerreiro aposta na introspecção e partes em inglês que lembram o Queen. As seguintes, O Lapidário de Pedras no Caminho é intimista, além de ter várias camadas  e Frágil, que encerra a primeira parte do LP com muita sofisticação e um tempero jazzistico. O outro lado começa com Amor Te Considero tem uma vibe bem Secos e Molhados. Voltinha de Bike passeia do pop ao swing e Patuá é mais acústica e cheia de vocalizavoes instigantes. Nuvem Pas...

Mad Season: Above (1995)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Esse super grupo grunge teve suas primeiras ideias concebidas num lugar pra lá de curioso: uma clínica de reabilitação. Disposto a virar a chave ou na pior das hipóteses, maneirar o vício em álcool e drogas, o guitarrista do Pearl Jam, Mike Mc Ready frequentou um desses pontos de apoio e lá conheceu o já falecido baixista John Baker Saunders. A afinidade foi rápida e de lá, os contatos foram feitos ao vocalista  Layne Staley (Alice In Chains) e para o baterista Barrett Martin (Screaming Três), cujo fruto dessa união foi o clássico "Above", infelizmente o único álbum lançado pelo quarteto. Pelo curriculum dos envolvidos, era de se imaginar que coisa boa viria, mas o lance tomou outras proporções. Apesar de ter pitadas dos grupos de origem dos músicos, temos outros elementos, como o blues, soul, jazz, além de um minimalismo que funcionou muito bem na obra. Muito bem produzido, o CD abre de forma surpreendente com Wake UP. De ritmo etére...

Sinal de Ataque: Ao Anoitecer (2024)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Quando digo que o nosso cenário é o melhor do mundo, não é para fazer onda. Apenas a pura verdade, pois do classic rock ao metal extremo, fazemos muito bonito. Um exemplo é esse quarteto paraibano, que completou dez anos de estrada em 2025 e que no ano passado soltou seu segundo full, "Ao Anoitecer", que é totalmente inspirado no heavy/hard oitentista, soando contagiante, empolgante e viciante. A vibe oitentista consiste no projeto gráfico e na gravação, cujos timbres são "importados do passado". Só que o que poderia afastar a galera mais jovem, gera efeito contrário, pois tudo aqui é feito de forma honesta e sincera. O álbum começa com a intro Vingança Noturna, que abre caminho para Renegados, que é bem energética. Até o Fim é mais lenta e introspectiva, Noites longas se destaca pelos riffs e solos sensacionais e Headbangers Insanos é bem speed. A Face da Morte é pesada e agressiva, Histeria é bem viciante, Batismo Negro te...

Garcia & Garcia: Mr. Fire (1991)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse é o primeiro e único álbum desse trio, que hoje é lembrado por ter o então jovem baterista Ricardo Confessori na formação. Só que o material contigo merece muito mais lembranças do que a citada. Principalmente pelo fato da banda criar uma sonoridade própria. Unindo teclados do progressivo/classic rock, a velocidade do speed metal e a virtuosidade do metal tradicional, os caras conseguiram fazer algo coeso, pesado e visceral. O LP começa com a faixa título, que apresenta aquela rifferama contagiante, assim como a seguinte, The Game. Já Just Call Your Life é bem setentista e possui em refrão que cai pro hard rock. The Illusion encerra o primeiro lado do vinil no melhor estilo arrasa quarteirão , só que mostrando talvez a maior virtude dos caras: unir melodias bem sacadas em meio a pancadaria. Lost in The City abre o segundo lado com muitas influências setentista, Love or Money vai numa linha mais introspectiva, prendendo o ouvinte. A reta...

Helllight: We, The Dead (2025)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Como diz o grande amigo Fernando Cabral, "tem banda que não erra", e a que resenha temos hoje, o Helllight, é uma delas. Prestes a completar três décadas de estrada em 2026 brinda o underground com mais um belo trabalho em sua discografia, "We, The Dead". Para quem não conhece o som do trio, eles são adeptos do funeral doom metal, que é um som extremamente lúgubre e moribundo, com espaço para momentos mais melódicos e atmosféricos, que ao contrário do death/thrash, que são mais instintivos, a parada aqui é mais para a introspecção. Muito bem produzido e com ótimo projeto gráfico, musicalmente tem início com Echoes of Eons, que possui lindas melodias mórbidas e vozes agonizantes, só que tudo feito de uma forma bonita, coesa e refinada, que prende o ouvinte por completo. As A Fading Sun We Lie é bem fúnebre e Despertar Cry (nada a ver com o Sepultura) começa bem atmosférica e em seu decorrer ganha peso e momentos etéreos/acúst...

Weedevil: Profane Smoke Ritual (2025)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Da mesma forma que o cenário da música brutal brasileira se consolida como um dos melhores e mais produtivos, outra ramificação que há algum tempo caminha nessa pegada é a do stoner/doom e a banda resenhada de hoje tem tudo para figurar no topo: Weedevil.     São seis anos de caminhada, splits, EPs, singles, infinitas mudanças de formação que em nada atrapalham a crescente do quinteto, que lançou um disco poderoso, pesado e ao mesmo tempo viajante. Se você gostou do primeiro álbum, vai se encantar com Profane Smoke Ritual, que aperfeiçoou a coisa, deixando tudo mais compacto, sem deixar a densidade de lado. Composto de seis sons, o álbum começa com The Serpent's Gaze, que apresenta o melhor do estilo: guitarras arrastadas e recheadas de peso, vozes hipnotizantes que transportam o ouvinte a introspecção. Chronoc Abyss Of Bane é bem ritualística e a faixa que nomeia o disco a vocalista Carol Poison rouba a cena, que faz até o ouvint...

Antiklan: Under Wetiko (Hymns From Benath The Veil) (2022)

Imagem
Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  O Antiklan é uma banda lá do Rio Grande do Norte, que já possui seus cinco anos de caminhada e em 2022, soltou seu primeiro e até então único Full da carreira, que carrega o sombrio título "Under Wetiko (Hymns From Benath The Veil)". Lançado pela Cianeto Discos, o álbum é um mergulho as vertentes mais densas e melancólicas do doom metal, flertando com o sludge, post metal e até o rock alternativo. Fusão que tem tudo para angariar públicos distintos. Akashic Skull da início aos trabalhos de uma forma sinistra, que depois vira uma porradaria com momentos cadenciados e angustiantes. The Other Aeon possui um ótimo refrão e Glitch in The Veil soa mais ríspida que as anteriores.  O ritmo depressivo e arrastado de Samsara's Sweet Lullaby remete o ouvinte a década de 1990, só que de forma mais pesada, onde as guitarras se destacam. Colector of Tales and Souls, que encerra o álbum, é bem perturbadora, unindo melodias caóticas e um final apo...