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Mostrando postagens de julho, 2025

Garcia & Garcia: Mr. Fire (1991)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse é o primeiro e único álbum desse trio, que hoje é lembrado por ter o então jovem baterista Ricardo Confessori na formação. Só que o material contigo merece muito mais lembranças do que a citada. Principalmente pelo fato da banda criar uma sonoridade própria. Unindo teclados do progressivo/classic rock, a velocidade do speed metal e a virtuosidade do metal tradicional, os caras conseguiram fazer algo coeso, pesado e visceral. O LP começa com a faixa título, que apresenta aquela rifferama contagiante, assim como a seguinte, The Game. Já Just Call Your Life é bem setentista e possui em refrão que cai pro hard rock. The Illusion encerra o primeiro lado do vinil no melhor estilo arrasa quarteirão , só que mostrando talvez a maior virtude dos caras: unir melodias bem sacadas em meio a pancadaria. Lost in The City abre o segundo lado com muitas influências setentista, Love or Money vai numa linha mais introspectiva, prendendo o ouvinte. A reta...

Helllight: We, The Dead (2025)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Como diz o grande amigo Fernando Cabral, "tem banda que não erra", e a que resenha temos hoje, o Helllight, é uma delas. Prestes a completar três décadas de estrada em 2026 brinda o underground com mais um belo trabalho em sua discografia, "We, The Dead". Para quem não conhece o som do trio, eles são adeptos do funeral doom metal, que é um som extremamente lúgubre e moribundo, com espaço para momentos mais melódicos e atmosféricos, que ao contrário do death/thrash, que são mais instintivos, a parada aqui é mais para a introspecção. Muito bem produzido e com ótimo projeto gráfico, musicalmente tem início com Echoes of Eons, que possui lindas melodias mórbidas e vozes agonizantes, só que tudo feito de uma forma bonita, coesa e refinada, que prende o ouvinte por completo. As A Fading Sun We Lie é bem fúnebre e Despertar Cry (nada a ver com o Sepultura) começa bem atmosférica e em seu decorrer ganha peso e momentos etéreos/acúst...

Weedevil: Profane Smoke Ritual (2025)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Da mesma forma que o cenário da música brutal brasileira se consolida como um dos melhores e mais produtivos, outra ramificação que há algum tempo caminha nessa pegada é a do stoner/doom e a banda resenhada de hoje tem tudo para figurar no topo: Weedevil.     São seis anos de caminhada, splits, EPs, singles, infinitas mudanças de formação que em nada atrapalham a crescente do quinteto, que lançou um disco poderoso, pesado e ao mesmo tempo viajante. Se você gostou do primeiro álbum, vai se encantar com Profane Smoke Ritual, que aperfeiçoou a coisa, deixando tudo mais compacto, sem deixar a densidade de lado. Composto de seis sons, o álbum começa com The Serpent's Gaze, que apresenta o melhor do estilo: guitarras arrastadas e recheadas de peso, vozes hipnotizantes que transportam o ouvinte a introspecção. Chronoc Abyss Of Bane é bem ritualística e a faixa que nomeia o disco a vocalista Carol Poison rouba a cena, que faz até o ouvint...

Antiklan: Under Wetiko (Hymns From Benath The Veil) (2022)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  O Antiklan é uma banda lá do Rio Grande do Norte, que já possui seus cinco anos de caminhada e em 2022, soltou seu primeiro e até então único Full da carreira, que carrega o sombrio título "Under Wetiko (Hymns From Benath The Veil)". Lançado pela Cianeto Discos, o álbum é um mergulho as vertentes mais densas e melancólicas do doom metal, flertando com o sludge, post metal e até o rock alternativo. Fusão que tem tudo para angariar públicos distintos. Akashic Skull da início aos trabalhos de uma forma sinistra, que depois vira uma porradaria com momentos cadenciados e angustiantes. The Other Aeon possui um ótimo refrão e Glitch in The Veil soa mais ríspida que as anteriores.  O ritmo depressivo e arrastado de Samsara's Sweet Lullaby remete o ouvinte a década de 1990, só que de forma mais pesada, onde as guitarras se destacam. Colector of Tales and Souls, que encerra o álbum, é bem perturbadora, unindo melodias caóticas e um final apo...

Spiral Guru: Void (2019)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Tai uma das bandas mais interessantes desse nicho do stoner/doom nacional, pois o aqui quarteto não apenas reproduz com maestria os climas e ambiências que o estilo pede, mas coloca elementos mais etéreos/atmosféricos que deixam o trem ainda mais legal. Lançado no formato físico em um bonito digipack pelos selos Xaninho Records, Gate Of Doom e Impaled Records, agradará em cheio aos fãs dos estilos citados no primeiro parágrafo. Signs da início a audição e as expectativas se confirmam graças ao excelente instrumental e um refrão que cola. The Curfew at Dusk é mais introspectiva. Oracle é mais pesada e macabra. Mindfulness é um dos momentos mais experimentais do disco, graças aos climas e atmosferas, enquanto Virtual Horizon é uma grata surpresa, por ter muito do rock dos anos 80 e Empty Spaces é um interlúdio bem introspectivo. Caminhando para a reta final do álbum, Time Traveller é mais dançante, Showcase of Dreams volta ao pique mais arrast...

Diabállein : Anti Sacra (2025)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse era um dos álbuns mais aguardados dentro da música extrema por esse que fala com vocês, e o quarto disco dos caras confirma as expectativas. Unindo diversas referências dentro do black metal, o quinteto criou um som ríspido, assustador e atmosférico, graças as passagens trabalhadas, com isso, tem tudo para agradar fãs de outras vertentes metálicas. Contando com uma bela arte, a cargo da Azoth Artwork e uma ótima gravação, "Anti Sacra" tem início com Aurora, que é uma intro, que abre caminho para Incipit Tragédia, que une momentos agressivos melódicos, que dão um ar mais épico a canção. Eternal Vórtex soa um pouco mais veloz, Deteriorated by Time (Dust) é gélida e conta com vozes torturantes, enquanto a faixa título possui um início horripilante, que em meio a ótimas melodias, gera um contraste interessante.  O ápice do disco vem com Burn the Morals and Dogma, que mescla passagens técnicas, ótimos solos e passagens cadenciada em me...

Satan's Sigh : Imapaled Nazareno (2025)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Fundado em 2023, pode se dizer que esse trio carioca trabalha rápido, pois desde então, já soltou uma demo e dois anos depois, lançou o primeiro álbum da carreira.  Praticando um mix de death/black inspirado na escola oitentista (em especial a brasileira), os caras soam caóticos, agressivos e nada previsíveis e com isso, deixam nossos pescoços doloridos a exaustão.  Lançado por uma conspiração de selos, o álbum começa com uma intro, que abre caminho para o som que nomeia o grupo, que é veloz e impiedosa. Eternal Evil mantém a pegada e Retumbosumbundos é um interlúdio macabro para recuperarmos as energias. SxSxSx retoma a porradaria,  Primitive Future é a grande surpresa do disco. Mais cadenciada e macabra, beira o doom, soando diferente das anteriores. Cold Dark é outro interludio e Maldita Herança tem uma levada mais gélida, feita pra agitar. Under the ... é o último interlúdio do álbum e Imapaled Nazareno é a saideira do álb...

Paula Abdul: Head Over Heels

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse é o terceiro e até então último registro de estúdio dessa cantora norte americana, que antes de fazer sucesso, era coreografa de artistas tarimbados como os irmãos Michael e Janet Jackson. Esse álbum já reflete bem as mudanças de cenário dos anos 80/90. Se nos dois primeiros trabalhos, "Forever Your Girl" e "Spellboind", haviam alguns traços de rock, esse elemento praticamente foi abolido, que apesar dos resquícios do passado, o momento aqui já era outro. Crazy Cool, faixa de abertura do álbum, já mostra essa vibe. My Love Is For Real, que teve clipe rolando na MRV é bem introspectiva e etérea, enquanto Ain't Never Gonna Give You Up é um puta som legal, cujas melodias envolvem o ouvinte. Love Don't Come Easy é aquele som de energia boa e If Were Your Girl é uma balada bem etérea. Sexy Thoughts é voltada ao techno/house e The Choice Is Tours é tipo aquela lenta que rolava nos bailinhos de garagem. Ho-Down apresent...

Santarem: Downtown Station (2004)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   Esse é o primeiro full do quarteto paulista, que em 2025, completou vinte e um anos do seu lançamento. Com uma sonoridade que transita entre o hard/progressivo, tem a façanha de envolver o ouvinte, graças aos climas densos, vozes mais emotivas e uma guitarra esperta. Lançado pela Megahard Records, o álbum em comparação ao EP de estreia apresenta uma música mais sofisticada, fazendo deste o melhor trabalho dos caras, na minha opinião. How Much Will Be Enough abre o álbum de forma bem energética, com riffs que "te chamam", muito virtuosismo e um refrão daqueles. The Other Side é bem climática. Road to Nowhere é bem introspectiva, enquanto Eyes of Fire possui referências do hard/AOR. Far Away é uma puta balada guiada pela emoção, Freewill é bem energética e Mainland se destaca pelas ótimas linhas de baixo. Crane's Bill Garden é bem diferente a e The Labirinth retoma o lado mais emocional do álbum. O álbum se encerra com A Man in The ...

Akashic: A Brand New Day (2005)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse clássico do prog nacional completou duas décadas do seu lançamento. Dizer que foi um álbum injustiçado seria pegar pesado demais, mas que esse segundo álbum do quinteto gaúcho merecia muito mais, merecia com certeza. Surgida do De Ros, a banda começou de forma promissora, lançando o debut "Timeless Realm" (2001) fazendo shows na Europa, pavimentando o caminho. Dois anos depois "A Brand New Day" seria lançado, o que só foi concretizado dois anos depois por problemas com a gravadora no exterior. Produzido em Portugal e masterizado na Alemanha, o CD chama a atenção pela sonoridade, onde mergulharam no prog, fazendo algo denso, emocional, complexo e ao mesmo tempo de fácil audição. Revealed Secrets já mostra as facetas descritas acima, além de apontar o diferencial do grupo: os vocais de Rafael Gubert, que tem como referências o saudoso Layne Staley (Alice In Chains) e David Coverdale (Whitesnake). Be The Hero é bem radiofôn...