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Mostrando postagens de maio, 2025

Eric Martin: Somewhere in The Middle (1998)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Figurinha constante nos shows pelo Brasil, Eric Martin é a voz responsável por unir muitos casais, graças a sons como To Be With You, Just Take My Heart, Big Love e Wild World (música do Cat Stevens), o cantor do Mr. Big mostra nesse seu terceiro álbum solo que faz canções tão boas quanto a da banda que o consagrou. A sonoridade nada tem a ver com o "Senhor Grandão", aqui temos algo semi acústico, permeado por um clima melancólico e envolvente, que ganha o ouvinte em poucos instantes. Fly on a Wall é bem alegrinha, muito legal, só que não transmite a vibe real do disco. Wink And Smile é densa e conta com ótimo uso das cordas de nylon. Don't Count Me Out apresenta ótimos uso dos teclados/pianos e um clima jazzy. Kisses Stain é bem pop/hard lembrando muito as canções do John Waite (ex-Bad English). No One Saíd Goodbye faz uma leve conexão com a banda que projetou o cantor mundialmente. Better Day é influenciada pelo soul/funk. A faix...

Gus Monsanto: Karma Cafe (2016)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Talvez para muitos o nome Gus Monsanto não soe tão familiar, mas o vocalista carioca possui um legado gigantesco na história do metal contemporâneo, afinal foi a voz de bandas como Revolution Renaissance, Adágio, Human Fortress, entre outros. Aqui no Brasil, cantou no Angel Heart,  Astra e em 2016 se lançou em disco como artista solo, numa estreia com os dois pés direitos em Karma Cafe. Conhecido por trilhar por facetas entre o hard e prog, Gus colocou esses elementos no álbum, só que inseriu um toque pessoal, que envolve uma atmosfera mais intimista e melódica, o que possibilita agregar pessoas de diversos nichos. Dos caras mais ortodoxos até a galera que "apenas" ouve som no carro para trabalhar e passear. O álbum começa com a faixa título, que é densa e emocional, que ganha o ouvinte. No Candle Left in The Box levanta todo mundo da cadeira, enquanto Elephant in The Room coloca o lado mais intimista em cena, graças as camadas instrum...

Umbrivago Sombrio: Umbrivago Sombrio (2023)

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Por João Messias Jr  Imagem: Divulgação  Esse é o segundo full dessa horda paulista, que apesar de ter apenas seis anos de estrada, possui um bom número de materiais, entre álbuns completos, splits, demos e álbuns ao vivo. Outra curiosidade fica por conta da atuação de seus integrantes, que também fazem parte de formações como Além Homem, Cursed Christ, Dieseldörf, entre outras. Impressões que realçam ainda mais aos olhos e ouvidos quando temos uma boa gravação e ótimo projeto gráfico, este com um uso equilibrado das cores. Musicalmente o trabalho tem início com uma intro assustadora, que abre alas para Uivador...Guardião Infernal, que é pura maldade musical graças aos andamentos ríspidos. Black Cult of Death mantém a velocidade, só que com alguns momentos mais trabalhados. Ancião...os Antigos tem vozes inspiradas no canto gregoriano e passagens épicas enquanto a faixa título é o ápice do trabalho. Com cerca de dez minutos soa vampiresca, com ótimos teclados e vozes femininas ...

Obscure Relic: Black Sorcery Devotion (2021)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse é o primeiro full desse "All Star Black Metal", que tem entre seus integrantes membros de bandas como Velho, Feretral, Lua de Plutao, Blackmoon Eclipse, entre outras, cujo resultado é um disco excelente, recheado de raiva e ódio. A impressão gráfica/sonora é das melhores, num ótimo acabamento em digipack de luxo, tendo uma  ótima gravação, que é levada aos cantos do Brasil pela Blizzard Records/Kingdom of Darkness Productos. O bacana é que como a galera aqui é experiente, acabam fugindo da mesmice, como já percebemos em Earth, uma intro aterrorizante, que abre caminho para Knight Called Disease, que se destaca pelas vozes desesperadoras e coesão instrumental. Vultures Fly Near é feita para agitar, cujas vozes gélidas cativam o ouvinte. Shields Of Goathorns (Hail The Hordes) possui partes velozes e desesperadoras, enquanto In The Temples Of Dark Light é mais épica e com algumas bem vindas influências thrash. My Red Angel In The Pen...

It Comes From The Dephts (2024)

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Por João Messias Jr. Arte: Wellington Lima (@wellingtonlima530) Super split que é um  prato cheio para a galera que curte as viagens do stoner/doom/sludge/psychodelic rock, pois esse trabalho mostra dois expoentes que, cada um na sua vibe, exploram a música até os limites. O álbum, que conta com uma bela capa e digipack caprichado, começa com os potiguares do Son of a Witch, que prática um som bem denso, pesado e lisérgico, que trás na mente do ouvinte bandas como Black Sabbath, Corrosion of Conformity, Alice in Chains e Black Flag. Black Witch Seduction, que é viajante e desesperadora. A seguinte, Last Ship in Space vem sem refresco, com vozes ora esganiçadas, ora limpas, que te faz embarcar numa viagem. Friend of the Sun, Mistress of The Moon é contagiante, com jeitão de hit. Grudenta e recheada de atmosferas, encerrando a participação da banda em grande estilo. Espero ouvir novos trampos dos caras em breve. A banda seguinte é o Spiral Guru, que embora tenha algumas semelhanças, ...

Witch's Consecration (2021)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Lá pelos idos das décadas de 1980/1990, os splits (assim como as coletâneas), eram uma forma mais barata e criativa para se promover bandas. Afinal, o investimento cairia consideravelmente e sobraria uma grana para fazer outras coisas. Quem não se lembra dos trabalhos que Sepultura/Overdose e Dorsal Atlântica/Metalmorphose dividiram um vinil, causando sentimentos diversos nos headbangers. Indo ao novo milênio, e já no formato cd, alguns exemplos ficam para Vulcano/Vazio, Vulture/Mortage, Flagelador/Axecuter e o que vamos resenhar hoje: Witche's Conseceation. Material lançado pela Hammer of Damnation, que conta com as bandas Promethean Gate e Ieschure.  Com um projeto gráfico simples, mas de grande capricho, graças ao acabamento em verniz e escrita em dourado, temos musicalmente bandas que investem naquela linha mais apocalíptica e sombria do estilo. Vamos começar a resenha com os brasileiros do Promethean Gate. Com nove anos de estrada,...

Entrevista: Fohatt

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Por João Messias Jr. Imagens: Tersis Zonato Capa: Divulgação  Resenhar álbuns é bacana, mas as entrevistas é que elucidam de vez a análise que temos dos álbuns. Pois são nelas que os entrevistados citam detalhes que muitas vezes passam batidos aos nossos olhos e mente. Como nessa entrevista feita com Gustavo Grando, vocalista do Fohatt, que em 2024 lançou "Reflections of Emptiness", um trabalho que bebe na fonte do gothic/doom praticado nos anos 2000. Só que a música não fica só na nostalgia e isso o leitor sacará nas linhas abaixo nesse bate papo: Ouvir "Reflections of Emptiness" é um turbilhão de surpresas, das quais tentarei enumerar nessa entrevista. A primeira delas é a sonoridade, que resgata aquele "Beauty And The Beast" dos anos 2000. Essa sonoridade foi algo pensado? Fohatt: Ela foi aparecendo de forma muito orgânica, desde quando iniciamos as composições e isso foi nos empolgando muito. O contraste entre vocais femininos etéreos e vocais guturai...

Labore Lunae: Real e Abstrato (2021)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Esse é o primeiro e até então único full da banda sul matogrossense, que chama a atenção por praticar um death/doom com muitas referências da década de 1990, além de terem saído pela Eclipsys Lunarys, selo de suma importância na propagação da música soturna. Com um projeto gráfico muito bonito e uma boa gravação (que poderia ser mais suja em alguns momentos), o álbum tem tudo para agradar os fãs das duas vertentes citadas no parágrafo anterior. Desertos (Parte I), que abre o disco, é uma intro acústica e com ótimo uso de cordas. Real e Abstrato (Desertos - Parte II) é bem carregada com vozes limpas e guturais, dando um ar quase progressivo a canção. Símbolo do Oriente chama a atenção pelo ritmo quebrado e os vocais recitando os versos como um poema, enquanto Sombrio é recheada de distorções e microfonias. Ruido é bem melancolia e Descanse em Paz é bem noventista com um ótimo trabalho de guitarras. O Mor E A Lua tem referências do jazz e ence...

Liträo: Egomorte (2020)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Oriunda do Rio de Janeiro e por ter em sua formação músicos de bandas como Clava e Sangue de Bode, o Liträo (nome genial) faz uma fusão interessante de doom/sludge, que graças ao ritmo lento e minimalista, tem tudo para agradar também os fãs de post metal. Tendo uma arte lisérgica bem interessante, que combina com a proposta sonora do grupo, o álbum de nome  Egomorte (título sensacional) tem início com Lugares Memoráveis, Dores Inesqueciveis, cujos andamentos lentos são assustadores, em especial por causa das afinações baixas. Enquanto Abutres Consomem nossa carne é bem minimalista, enquanto Riley Day apresenta microfonias que mostram referências como industrial e o crust. O Filho Que Você Despreza é a mais longa do álbum. Com doze minutos, se caracteriza pela morbidez e ritmo sorumbático. 188 é um interlúdio lisérgico com cordas graves. Escrituras de uma Vida em Vão, além de ser a saideira do álbum possui um ritmo assustador, em especi...

Slaughter: Fear No Evil (1995)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  As bandas de hard rock passaram por maus bocados na década de 1990. Período em que ninguém mais queria saber das extravagâncias e exageros do estilo, preferindo algo mais simples e direto. Com isso, muitos grupos passaram por maus lençóis, tendo que renovar sua sonoridade para se tornar mais atrativas comercialmente. Com isso surgiram discos horríveis de sabor contemporâneo e álbuns memoráveis. Como o terceiro álbum dos americanos do Slaughter: Fear no Evil. Contando com uma capa fantástica e um som mais pesado e direto, fizeram um disco no nível dos clássicos, como se ouve em Live Like's Theres no Tomorrow. Get Used to It é um hard de primeira, enquanto Searchin (primeiro vídeo de divulgação do álbum) mostra bem a mudança sonora da época. Com uma pegada mais bluesy e setentista, escolheram bem o single. It' ll be Alright é uma balada experimental muito bonita. Já Let The Good Times Roll é aquele som de energia pura. Breakdown and Cry é ...

Sade: Cosmos Is A Great Torture Chamber (2021)

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Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação  Talvez pelo nome, alguns das antigas pensarão se tratar de um novo trabalho da cantora britânica/nigeriana, Sade. Só que as coincidências aqui ficam só no nome. Pois a proposta lírica e musical dos cearenses passa longe de sons como Smooth Operator e No Ordinary Love. Com quinze anos de estrada, o "nosso" Sade tem o nome inspirado no poeta subversivo francês, Marques de Sade e prática uma música com referências que vão do black/death/grind com tem o universo gore e sádico como conteúdo lírico. Lançado pelos selos Black Hearts Records e Misanthropic Records, o segundo álbum dos caras chama a atenção pelo ótimo projeto gráfico, (que só peça pelos escritos em roxo) e boa gravação, que deixou tudo com cara de "ao vivo", onde a coesão se destaca logo de cara. O disquinho tem início com Nihilistic Mantra, que é uma intro que abre caminho para Satanic Propaganda, que é brutal e recheada de morbidez. A faixa título é densa com muitos...